"A intensidade dos relacionamentos das meninas é central para qualquer análise da agressão entre elas. (...) Ao contrário dos garotos, que são encorajados a se separar de suas mães e a adotar posturas masculinas de contenção emocional, as filhas são incentivadas a se identificar com o comportamento nutriz de suas mães. As meninas passam a infância treinando como se cuidar e nutrir mutuamente.
Visto que o relacionamento é justo aquilo de que as boas meninas precisam participar, sua perda, e a perspectiva de solidão, podem ser as armas mais afiadas na cultura oculta da agressão das meninas.
(...) "Não posso dizer para ela o que eu sinto, ela não vai querer mais ser minha amiga."
(...) O medo da solidão é mais forte do que tudo.
(...) À medida que as meninas amadurecem, a perspectiva de que os outros as vejam sozinhas torna-se assustadora.
(...) Ao tentarem ferozmente ser boazinhas e continuar tendo relacionamentos perfeitos, as meninas são forçadas a um jogo de cabo-de-guerra com a sua própria agressão."
(Em outras palavras, é como se as meninas pensassem: "se eu expressar minha raiva, vou perder minha amiga. Assim sendo, melhor guardar tudo dentro de mim.")
"Engolir a raiva não só altera o modo como se expressa a agressão, mas também como é percebida. A raiva pode piscar com a velocidade de um raio, fazendo a vítima perguntar o que aconteceu - ou até se aconteceu realmente alguma coisa. Ela olhou para ela quando eu disse aquilo? Ela revirou os olhos? Não guardou o lugar de propósito? Mentiu sobre seus planos? Disse que me convidou quando não convidou?
O silêncio ergue um muro intransponível, eliminando qualquer possibilidade de auto-expressão e, o que é mais importante, a oportunidade de ter um papel mais ativo nos próprios conflitos."
(trechos de Garota Fora do Jogo, de Rachel Simmons, sobre o bullying entre meninas)
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