quinta-feira, 28 de abril de 2011

Resumindo (ainda sobre meninas)

"A nossa cultura faz as meninas brincarem de um perverso jogo de Twister, empurrando-se e se emaranhando em posições cada vez mais forçadas e pouco naturais. Estamos dizendo às meninas que sejam corajosas e tímidas, vorazes e frágeis, sexuais e recatadas. Nós estamos lhes dizendo para se apressarem e esperarem. Mas, no jogo de Twister, os jogadores acabam enrolados em posições impossíveis e desmoronam."

E QUAL O CAMINHO A SEGUIR?

"Não são apenas as meninas que precisam aprender a se sentir à vontade com a competição. Nossa cultura estigmatiza mulheres profissionais, assertivas, colocando-as no papel de megeras frígidas, insensíveis, fadadas ao fracasso em sua vida pessoal. Eu quero enfatizar como este estereótipo em particular transmite às meninas aquilo que elas mais temem: que ser assertiva de algum modo fará com que seus relacionamentos terminem e as desqualificará para a moeda social básica de sua vida, o carinho e o cuidado."

"É hora de reconhecermos os nossos próprios sentimentos. (...) Pois no nosso íntimo existem sentimentos naturais de raiva e desejo, as verdades confusas e desagradáveis que fazem a nós, aos nossos relacionamentos, as nossas amigas e nossos amantes, imperfeitos."

(trechos de Garota Fora do Jogo, de Rachel Simmons)

(E como fazer isso? Em breve, no capítulo final...)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Tentando entender as meninas

"- Tudo bem - eu falei, parando para pensar. - Então, se uma de suas amigas tiver feito alguma coisa para perturbar você ou deixar você irritada, ou triste, você fala com ela sobre isso?
- NÃO!!! - responderam em coro.
- Por que? - eu perguntei.
Silêncio. Fiquei esperando.
Uma menina no canto da sala tomou fôlego.
- Porque isso vai dar rolo.
- Como, dar 'rolo'?
- Vai sair briga - explicou alguém.
- Todo mundo vai se envolver. Não vale a pena perder a sua amizade por uma coisa insignificante.
- As pessoas exageram as coisas.
- E se - eu continuei - você estivesse apenas contando para alguém como você se sente, porque você realmente se sente mal? Sabe, para melhorar um pouco isso que você está sentindo... a sua amizade?
- Então você talvez a deixe magoada - falou uma delas.
Sim. Muitas concordaram trocando olhares.
- Pode-se falar a verdade para alguém, e não ser má? - perguntei.
- A verdade dói - falou tranquilamente uma menina no canto. - É por isso que eu minto."



"Melanie, de dez anos, estava explicando a suas colegas por que não podia dizer a Kaya que estava zangada.
- Não dá para fazer isso! - gritava ela.
- Por que não?
- Porque algumas pessoas são realmente sensíveis na nossa escola e, se a gente diz uma coisa dessas, elas começam a chorar.
- Mas você estaria dizendo o que sentia, não é? - Eu tinha um motivo para insistir.
- Mas aí você estaria deixando alguém magoado.
- Mas, e se você estiver aborrecida meeeeeesmo? - perguntei, e algumas meninas acharam graça.
- Às vezes você conta para suas amigas mas (às vezes você não) conta para ninguém - decidiu ela. - De qualquer maneira, provavelmente você vai ter uma oportunidade de ficar zangada com elas. Você chega perto de alguém e diz 'Sabe, Kaya me irrita. Ela me contou isso e aquilo, e aquilo mais'.
- Mas por que você não vai até a Kaya e diz apenas, 'Olha aqui, você está me irritando!'
- Porque - falou ela simplesmente, olhando-me de um jeito cauteloso - a gente quer se desforrar delas."

(trechos de Garota Fora do Jogo, de Rachel Simmons)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Porque, para as meninas, conflito = perda, fazendo com que escolham o silêncio

"A intensidade dos relacionamentos das meninas é central para qualquer análise da agressão entre elas. (...) Ao contrário dos garotos, que são encorajados a se separar de suas mães e a adotar posturas masculinas de contenção emocional, as filhas são incentivadas a se identificar com o comportamento nutriz de suas mães. As meninas passam a infância treinando como se cuidar e nutrir mutuamente.

Visto que o relacionamento é justo aquilo de que as boas meninas precisam participar, sua perda, e a perspectiva de solidão, podem ser as armas mais afiadas na cultura oculta da agressão das meninas.

(...) "Não posso dizer para ela o que eu sinto, ela não vai querer mais ser minha amiga."

(...) O medo da solidão é mais forte do que tudo.

(...) À medida que as meninas amadurecem, a perspectiva de que os outros as vejam sozinhas torna-se assustadora.

(...) Ao tentarem ferozmente ser boazinhas e continuar tendo relacionamentos perfeitos, as meninas são forçadas a um jogo de cabo-de-guerra com a sua própria agressão."

(Em outras palavras, é como se as meninas pensassem: "se eu expressar minha raiva, vou perder minha amiga. Assim sendo, melhor guardar tudo dentro de mim.")

"Engolir a raiva não só altera o modo como se expressa a agressão, mas também como é percebida. A raiva pode piscar com a velocidade de um raio, fazendo a vítima perguntar o que aconteceu - ou até se aconteceu realmente alguma coisa. Ela olhou para ela quando eu disse aquilo? Ela revirou os olhos? Não guardou o lugar de propósito? Mentiu sobre seus planos? Disse que me convidou quando não convidou?

O silêncio ergue um muro intransponível, eliminando qualquer possibilidade de auto-expressão e, o que é mais importante, a oportunidade de ter um papel mais ativo nos próprios conflitos."

(trechos de Garota Fora do Jogo, de Rachel Simmons, sobre o bullying entre meninas)

O radar de professores e pais

"Na agressão dissimulada (entre meninas), não se trata apenas de não ser apanhada: metade disso é parecer que você jamais maltrataria alguém. A imagem da doçura é poderosa, e as meninas sabem disso. Elas a usam para confundir o radar de professores e pais vigilantes."

(relato de uma adolescente)
"- Se as meninas estão cochichando, a professora acha que está tudo bem porque elas não estão batendo em ninguém. Se elas socam, são mandadas para o gabinete do diretor. As professoras acham que elas não estão machucando você - disse ela, olhando cautelosamente para suas colegas de turma - mas estão."

(trechos de Garota Fora do Jogo, de Rachel Simmons)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sr. e Sra. Redoan

Pra quem não acreditava que um dia isso iria acontecer (e torcia para que acontecesse), aí está a foto (com grossas alianças) para comprovar O NOIVADO do ano: Amanda & Thiago.

God bless you both. You are the best of the best!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A 'agressividade' nas meninas

"Existe uma cultura oculta da agressividade nas meninas na qual o bullying é epidêmico, característico e destrutivo. Não é marcado pelo comportamento físico e verbal direto, que é basicamente domínio dos meninos. A nossa cultura nega às meninas o acesso ao conflito aberto, e impões à agressividade delas formas não-físicas, indiretas, dissimuladas. As meninas usam a maledicência, a exclusão, a fofoca, apelidos maldosos e manipulações para infligir sofrimento psicológico nas vítimas. Diferentemente dos meninos, que tendem a provocar e a praticar o bullying com conhecidos ou estranhos, as meninas, com frequência, atacam dentro de um círculo bem fechado de amizades, tornando a agressão mais difícil de identificar e reforçando o dano causado às vítimas. *********************** *********************** Dentro da cultura da agressão oculta, as meninas brigam usando a linguagem corporal e os relacionamentos, em vez de punhos e facas. Neste mundo, a amizade é uma arma, e a dor provocada por um grito não é nada em comparação com um dia de silêncio de alguém. Não há gesto mais devastador do que um dar as costas." ********************************************** (trechos de Garota Fora do Jogo, de Rachel Simmons, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2002)

terça-feira, 12 de abril de 2011

O "bullying das meninas"

Diante da perplexidade gerada pelo massacre em Realengo, muito tem sido falado sobre bullying. O assassino foi vítima de bullying quando criança (o que NÃO justifica seus atos, somente ajuda a explicá-los), e as crianças foram vítimas de sua loucura. ****************************** Se a escola tivesse agido na época, a tragédia teria sido evitada? ****************************** Nunca saberemos, mas podemos agir agora. ************************************************ O livro Garota Fora do Jogo, de Rachel Simmons, fala do "bullying das meninas". Ao contrário do bullying entre meninos, que recebe maior atenção por sua ruidosa ostentação física, o silêncio torna quase imperceptível esta violência, na medida em que este fenômeno ocorre de modo oculto. ************************************************ Um livro obrigatório para todos! ************************************************* (em breve postarei alguns trechos, mas já podem começar a ler)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Novos tempos exigem novos hábitos

Em que você vai mudar? E pra quem tem medo de mudança, o pinguim se mudou para o Caribe e acabou gostando...