Benjamin Moser escreveu o livro acima citado (cujo título é assim mesmo, terminando com vírgula, bem ao estilo Clarice Lispector). Adoraria dizer que ele é brasileiro, mas na verdade ele é americano e é um fenômeno mundial.
Moser fala DEZ línguas e é apaixonado pela obra de Clarice. Seu livro é mais do que uma biografia, é uma obra de arte que reconstitui todo o passado da autora, suas raízes, as tragédias familiares, seus amores, suas dores e como sua vida influenciou cada um de seus livros.
Abaixo, algumas pérolas:
"Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor". (Clarice)
(Sobre os filhos de Clarice) "(...) seu trabalho às vezes os aborrecia. Pedro uma vez disse a ela, num tom autoritário: "Não quero que você escreva! Você é uma mãe!"
"Escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida." (Clarice)
"Eu acho que a literatura não é literatura, é vida vivendo." (Clarice)
(Sobre o filme Rio, 40 graus - de 1955 - ter sido censurado na época da Ditadura) "Reza a lenda que o censor teria dado a seguinte alegação: 'A temperatura do Rio nunca ultrapassou os 39,6 graus' ".
(Declaração de Clarice que mostra sua aversão a ser vista como um 'monstro sagrado'): "Por acaso eu escrevo."
"Quanto ao fato de eu escrever, digo - se interessa a alguém - que estou desiludida. É que escrever não me trouxe o que eu queria, isto é, paz." (Clarice)
"Muito elogio é como botar água demais na flor. Ela apodrece." (Clarice)
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
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Eu já tenho "A descoberta do mundo". A primeira página é tão chocante...
ResponderExcluirEu tenho um monte! Falta tempo para ler com carinho.
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