sábado, 7 de agosto de 2010

Poema aos Pais

SE
(adaptado do poema homônimo de Rudyard Kipling, cujo original em inglês, If, é considerado um dos mais pelos poemas de todos os tempos)

Se és capaz de manter tua calma, quando,
teus filhos já a perderam e te culpam.
De crer no amor quando estão todos duvidando,
e de ser justo e tolerante frente à desculpas.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
que teus filhos cheguem em casa de madrugada,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
pois diante de tua firmeza não há nada.

Se és capaz de perdoar - sem que pedras atires,
de educar - sem tornar teus filhos teus senhores.
Se, frente ao orgulho e ao egoísmo, conseguires,
saber ceder ou resistir a esses impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
as expectativas que para teus filhos criaste.
E em silêncio, perceber inacabadas,
tuas responsabilidades para com aqueles que educaste.

Se és capaz de colocar como prioridade,
teus filhos, ainda que haja disavenças.
E de saber lidar com a demanda de cada idade,
Percebendo a importância da tua presença.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a brincar com o pouco de energia que ainda existe.
E a ler e contar estórias quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, frente ao mal, não te corromperes,
e, diante dos filhos, não perder a humanidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, os defenderes,
se a todos deves tratar com igualdade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
aos teus filhos todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um pai, meu filho!

Um comentário:

  1. nossa, gostei muito desse poema e confesso que não conheço o original! I'm going to google it right now!

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