segunda-feira, 3 de maio de 2010

Correspondente do TFLA diretamente do... Banco de Sangue

(by Pietra)

Chego ao Banco de Sangue certa de que encontrarei pessoas aguardando ansiosamente por um doador. Ledo engano. No local há várias pessoas sendo atendidas e tenho que pegar a minha senha: número 25.

Enquanto aguardo, leio uma lista de restrições e observações das mais curiosas, dentre elas:
* não doe sangue se você teve dengue nos últimos meses (isso já exclui toda a região norte e de Venda Nova);
* não doe sangue se você tomou AAS nos últimos 7 dias (tem alguém que ainda toma isso?);
*comunique à atendente se você esteve na Europa por mais de 6 meses após 1980 (o que isso tem a ver com doar sangue?).

Finalmente sou chamada, passo meus dados ao setor de atendimento e sou encaminhada à médica para mais perguntas. Ela me repete as perguntas do questionário.

- Você já esteve na Europa?
- Sim.
- Onde e por quanto tempo?
- 2 meses na Espanha e alguns dias em Londres.
- Quantos dias em Londres?
- Uma semana. (Meu Deus, o que será que existe em Londres de tão perigoso? - Não tive coragem de perguntar.)
- Já fez endoscopia alguma vez?
- Sim.
- Quando?
- Quando era jovem.... Faz mais de 20 anos.
- E por que?
- Eu estava sentindo dores no abdômen (HÁ DUAS DÉCADAS!!!!).
- E foi descoberto algo?
- Não.....

A médica tira a minha pressão e auscuta o coração. Tudo bem. Apesar do frio na barriga (detesto ser examinada!!!), passo no teste do coração. Quanto à pressão, acho melhor comentar:

- Minha pressão geralmente é baixa.
- Sim. Está 10 por 7. A que horas você lanchou hoje?
- Às 9 horas.
- Então vamos tomar outro lanche antes da doação.

Refeição grátis! Beleza! Um sanduíche e um suco depois, lá vou eu pra sala de doação propriamente dita. Sem me avisar, a enfermeira pega o meu dedo da aliança (não sei o nome dele!!!) e o fura com uma microagulha saída sabe-se lá de onde. Ela faz alguns testes e me informa que não estou anêmica e que meu sangue é tipo O (coisa que, diga-se de passagem, estou careca de saber).

Após ter que entrar numa cabine pra responder novamente que não sou bígama, adúltera ou drogada, lavo meus antebraços e me deito para, finalmente, executar a doação. Na hora H, quase me sinto nervosa. Afinal de contas, foi um interrogatório tão grande que sinto que estou sendo avaliada. Grande bobagem, pois esta acaba sendo a parte mais fácil e mais rápida. Uma picada, abrir e fechar a mão repetidamente e pronto. Cinco minutos depois há um saco gigante de tinta vermelha do meu lado e eu não sinto nada. Nadinha de nada. Tenho até vontade de mandar tirar mais um saco, mas, como sou caloura, decido jogar uma indireta:

- Quando posso doar novamente?
O doador ao lado me diz:
- Daqui a 2 meses.
Ao que o enfermeiro corrige:
- Você sim, mas ela não. Mulheres só após 3 meses.

(Até nisso os homens são mais rápidos...)

Às 11:35hs, uma hora após ter chegado ao Banco de Sangue, o enfermeiro me informa.
- Tá liberada. Agora você pode ir pra copa pra tomar o lanche.
- OUTRO lanche?!?!
- Sim. É importante.
- Sou obrigada? Vocês me fazem comer mais do que a minha mãe....
- Pelo menos o suco.
- Tudo bem. O suco cabe.

Com o braço esquerdo dobrado ao meio, sendo eu canhota, acabo tendo que tomar o suco e preencher o questionário de avaliação da doação com a mão direita (bom pra exercitar o outro lado do cérebro, dizem).

Pergunta do questionário: Você gostaria de ser chamada para doar sangue novamente com data e hora marcada? Sim. Por que não? Foi divertido.

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