Este romance, um clássico da literatura inglesa, conta a estória de amor entre Heathcliff e Catherine, uma paixão avassaladora que não produz nada a não ser ódio e vingança. Destrói tudo e todos ao seu redor e só permite surgir o afeto após a morte dos dois.
Catherine, incapaz de expressar seus sentimentos por Heathcliff a não ser com a governanta, tem crises constantes de ira que a fazem adoecer até a morte.
Heathcliff nunca se sentiu à altura de Catherine. Adotado pelo pai dela sabe-se lá de onde, os dois se tornam amigos de infância e companheiros de fugas e aventuras. Quando chega à adolescência, Heathcliff vê sua amiga distanciar-se: "Lutava desesperadamente para acompanhar Catherine nos estudos, e foi com recolhida mágoa que os abandonou, mas o certo é que os abandonou por completo; e assim que compreendeu que jamais conseguiria atingir a sua posição anterior, desistiu de qualquer esforço para melhorar." Essa frase resume o processo de ruína pessoal no qual Heathcliff se empreende até aniquilar-se por completo. Ele não só desiste de melhorar como empenha-se em piorar até tornar-se uma criatura abominável.
Por ser tão trágico quanto Romeu e Julieta, pode-se dizer que é belo, mas enquanto os dois primeiros são inocentes e inofensivos aos demais, Catherine e Heathcliff são cruéis e amargos.
A melhor parte do discurso de Catherine, Heathcliff não escuta:
"Os meus grandes desgostos neste mundo foram os desgostos do Heathcliff, e eu acompanhei e senti cada um deles desde o início; é ele que me mantém viva. Se tudo o mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria para mim uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer. (...) O meu amor pelo Heathcliff é como as penedias que nos sustentam: podem não ser um deleite para os olhos, mas são imprescindíveis. Nelly, eu sou o Heathcliff. Ele está sempre, sempre, no meu pensamento. Não por prazer, tal como eu não sou um prazer para mim própria, mas como parte de mim mesma, como eu própria. "
Amor assim eu agradeço, mas dispenso.
Nenhum mortal deveria ser TUDO na vida de outro.
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